Automedicação

Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (ABIFARMA), anualmente morrem cerca de 20 mil pessoas no Brasil, vítimas da automedicação. E, de acordo com o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas, os medicamentos ocupam o primeiro lugar entre os agentes causadores de intoxicações em seres humanos, tendo provocado, só em 2002, 29,6% do total de intoxicações registrados no país.
As crianças têm o maior risco potencial de intoxicação com medicamentos, pois podem confundir comprimidos com balinhas, e xaropes com sucos.
Apesar de serem dados alarmantes e motivo de preocupação para as autoridades, esse é um problema de difícil solução, pois depende da conscientização por parte de cada indivíduo.
Campanhas publicitárias anunciam a todo o momento o remédio que é a “última moda” para o alívio da sua enxaqueca, e se você tomar ela vai “sumir”, ou se o seu intestino é preguiçoso que tal comprar aquele remedinho que faz ele funcionar como “um reloginho”. Além disso, não dizem por aí que de médico e louco todo mundo tem um pouco! Por esse motivo sentimos ter o direito e, às vezes, até mesmo a obrigação de indicar para um amigo aquele remedinho que tomamos quando estávamos com aquele problema e temos a certeza de que, se ele tomar, vai ser “tiro e queda”. Se ele é mesmo seu amigo, não indique um remédio, indique um médico!
Mas apesar de saber que é perigoso ingerir remédios baseado na indicação de amigos ou vizinhos, ou devido os sintomas serem semelhantes a uma doença que já teve, muitas pessoas preferem recorrer a automedicação para economizar a consulta e o exame diagnóstico. Em geral, essa conduta pode sair mais cara. Os remédios podem agravar doenças, mascarar sintomas, ter efeitos colaterais danosos, ou no mínimo, servir para nada. Até mesmo as vitaminas, dependendo da dose em que forem tomadas podem provocar doenças.
E quando falamos em automedicação estamos incluindo também os suplementos alimentares, que contém altas concentrações de carboidratos, proteínas, aminoácidos, nutrientes encontrados naturalmente nos alimentos. Se consumidos sem necessidade e dependendo da forma, podem causar taquicardia, desidratação e arritmia cardíaca, além disso, o excesso de proteína e aminoácidos pode sobrecarregar os rins.
Há ainda quem prefira os anabolizantes, popularmente conhecidos como “bombas”. Para os aspirantes a Arnold Schwarzenegger é bom saber: essas bombas causam câncer, problemas cardíacos e surtos psicóticos, além de diversos outros problemas.
Se você não pode pagar uma consulta, procure um serviço público de saúde!
Antes de se automedicar, pense na sua saúde. Você é o único responsável por ela! A decisão de levar um medicamento da palma da mão ao estômago é exclusiva do paciente.